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Foto do escritorBruno Freitas

It’s time for value tech stocks!

Os últimos dois anos foram atípicos para a humanidade como um todo, no mundo de renda variável não foi diferente. Vimos o NDX e o S&P500, principais índices norte-americanos, despencarem de 20% a 30% no período de fevereiro a abril de 2020. Dentro desta volátil janela de tempo, o termo growth ganhou evidência nos principais jornais econômicos e substituiu o value nas carteiras dos investidores. O primeiro termo se refere ao momento de alto crescimento das empresas, onde procuram crescer exponencialmente e se bem-sucedida, retornam ganhos elevados em pouco período aos investidores. Já o value, refere-se a investimentos em valor, onde se procuram empresas consolidadas e com geração de fluxo de caixa estável.

fonte: Seeking Alpha


Essa rotação nas carteiras dos investidores foi fortemente estimulada pelo ambiente

de juros baixos e fortes estímulos de liquidez nos mercados, o que aumentou o apetite do investidor ao risco. Este fato ilustra o momento no qual as growth stocks foram normalmente relacionadas as empresas de tecnologia, que tem em seus produtos novas soluções com capacidade disruptiva do setor de atuação.

No entanto, nada é para sempre... estamos prestes a entrar num ambiente de elevação de taxas de juros e redução nos estímulos monetários, como já anunciado pelo banco central americano. Tendo isso em vista, os investidores ficam mais receosos quanto ao futuro das empresas do segmento de tech e iniciam o retorno as chamadas empresas de valor.


Por mais contra intuitivo que pareça o nome desse artigo, nós do Newton Tech Fund, como especialistas em ativos de base tecnológica, acreditamos que exista um setor destaque no meio disso tudo, sendo ele o de semicondutores. Este setor é capaz de unir e combinar as principais características de uma empresa tradicionalmente tech com uma de value.


Semicondutores são uma classe de materiais com capacidade de conduzir corrente elétrica, o que possibilita inúmeras aplicações industriais, entre elas a de ser a matéria-prima para a produção de chips eletrônicos. O setor contempla uma série de empresas relacionadas a toda cadeia produtiva; desde empresas que desenvolvem máquinas de litografia para a fabricação de chips e outros componentes eletrônicos, como a holandesa ASML (ASML); ou as que são responsáveis pela fabricação de semicondutores, um exemplo é a taiwanesa TSMC (TSMC) que detém 53% do mercado global de fabricação; até as que desenvolvem o produto para o uso final, como a Intel (INTC) e AMD (AMD) que projetam a unidade central de processamento (CPU) dos computadores.


O setor de chips está diretamente conectado com a transformação tecnológica em que vivemos, sendo o principal fornecedor de infraestrutura para tecnologias como inteligência artificial e machine learning; veículos elétricos e autônomos; internet of things (IoT); 5G, cloud computing e data center. Essa forte demanda pujante teve reflexo direto nas ações das empresas, o SOX index - índice composto pelas 30 maiores empresas do setor de semicondutores - valorizou cerca de 41% no ano de 2021 e marcou o terceiro ano consecutivo que o índice setorial performou melhor que o S&P500.


Quando analisamos as empresas individualmente, o retorno observado pode ser maior ainda. Um exemplo disso é a Nvidia (NVDA), que apresentou sólidos resultados no ano de 2021 impulsionados pela forte demanda de GPUs (graphics processing units). Com receita de US$26,914 bilhões no período (crescimento de 61,4% em comparação ao ano anterior), receita líquida de US$9,752 bilhões, totalizando uma posição de caixa de US$21,208 bilhões - um crescimento de 83,44% em comparação a 2020 - e uma dívida bruta de US$11,687 bilhões. Resultados robustos que somam características de growth e value stocks, impactando diretamente nas ações da companhia, que se valorizaram mais de 120% em 2021.


Para o ano de 2022, continuamos otimistas com o setor de semicondutores dado o constante crescimento das tecnologias envolvidas citadas anteriormente. Em específico, um case que estamos confiantes é a Qualcomm (QCOM). Empresa norte americana proprietária da marca Snapdragon, principal desenvolvedora de chips para celulares android onde no terceiro trimestre de 2021, teve 34,4% do market share de chips para smartphones. Outra especialidade da empresa são tecnologias Wireless, em específico o 5G, onde no primeiro trimestre de 2021 teve cerca de 70% do mercado de chips com a tecnologia.


No aspecto financeiro, a empresa apresentou um crescimento de 42,65% da receita no ano fiscal de 2021 totalizando US$33,566 bilhões. De modo geral, a Qualcomm se configura como uma empresa sólida em que seu produto se beneficia da expansão do 5G, uma tecnologia em ascensão que promete disruptar vários setores da economia.


Mas nem tudo são flores, é importante se atentar ao fato de o setor historicamente operar em ciclos, mesmo que atualmente esteja em alta e tende a se manter assim, pelo menos neste ano, devido ao forte crescimento das tecnologias expostas anteriormente. Outro ponto de atenção é em relação a crise de supply chain ocasionada pelas restrições impostas pela pandemia, interrompendo o fluxo das operações ao redor do mundo, de modo que ao longo desses dois anos as empresas necessitassem reavaliar toda sua operação logística a fim de minimizar os impactos. A expectativa do mercado é que a partir do segundo semestre desse ano a situação melhore e que a normalização venha no início de 2023.


F=ma

 



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